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Publicado em 04/12/2021
Carol Lacreta, Leonardo Capecce e Lucas Serra
Como as olimpíadas impactam a prática do skate
24 de junho de 1988, Jânio Quadros, proibiu a circulação de skatistas na cidade de São Paulo, porém mal ele sabia que pouco mais de 30 anos depois o Skate estaria no pódio da maior competição esportiva mundial. O skate que na sua história teve mais baixos do que altos, encantou milhões de espectadores que até então não enxergavam o esporte como uma legítima modalidade Olímpica.
Para aqueles que praticam e vivem do Skate, não faltam adjetivos que os descrevem. Vândalos, sem futuro, preguiçosos, quase todo skatista já teve que ouvir ofensas desse tipo. Os Jogos Olímpicos de Tóquio vieram para desconstruir esses tabus e mostrar para o mundo o verdadeiro valor da prática do Skate, que não se limita somente às manobras e saltos, mas também representa um estilo de vida para muitos como já disse Chorão: “Eu vim de skate, sou guerreiro do asfalto”.
O sucesso dos medalhistas olímpicos Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros nos Jogos Olímpicos trouxeram uma visibilidade positiva acerca do Skate para muitos brasileiros que ainda tinham uma visão deturpada sobre a prática do esporte e que passarem a ver com um outro olhar, gerando até mesmo a curiosidade de entender as regras, os campeonatos e saber mais sobre os representante do Brasil nos Jogos.

Foto: Rede Brasil Atual
A “fadinha”, como é chamada Rayssa, conta atualmente com milhões de seguidores em suas redes sociais e vem fazendo propagandas para grandes empresas, como Nike e Banco do Brasil. Todas as vezes que Rayssa “desfilava” com o seu skate, a repercussão era imediata e a internet era tomada pela menina de 13 anos que conquistou os brasileiros.
Kelvin e Pedro também não ficam para trás. Fizeram parte de publicidades para Samsung, Monster Energy, G-Shock e outras marcas de renome. Esses atletas se tornaram celebridades de um dia para a madrugada, dado o fuso, e a partir de agora terão mais uma missão importante: serem os embaixadores da prática do Skate nacional.
Segundo as publicações no site IstoÉ, após o fim das Olimpíadas deste ano, a procura por Skates aumentou consideravelmente e as fábricas pelo país inteiro tiveram que aumentar suas produções devido à alta demanda.
O Estadão visitou uma dessas fábricas de skates, a Decks Brasil, e relatou que cerca de 15 funcionários têm produzido aproximadamente 500 Shapes (parte superior do skate, também conhecido como prancha) por semana, um aumento de 600% de vendas por e-commerce.

Foto: Google Imagens
Em entrevista à IstoÉ, o professor da escola de skate Hi Adventure, Affonso Muggiati, contou que desde quando começou a ensinar essa prática esportiva há 17 anos, nunca tinha visto uma procura tão grande como essa após o período das olimpíadas.
Segundo o professor, de 50 alunos, a escola passou a ter 100 neste período e já têm alguns aguardando na fila de espera. Além disso, algumas prefeituras têm anunciado projetos de construção de novas pistas de skate e algumas já foram até inauguradas, como é o caso da nova pista de Jundiaí, inaugurada pelo medalhista Pedro Barros.
Ainda com base nos dados da matéria divulgada pela Istoé, movimentos como esse vem tomando conta do país. Temos exemplos como a pista construída de um Shopping Center em Fortaleza e no sul, onde a prefeitura de Porto Alegre anunciou que construirá a maior pista de skate da América Latina para a prática do esporte. E por fim, São Paulo informou que vai construir mais três pistas nos próximos anos.