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Publicado em 06/12/2021

Felipe Costa e Luana Patrocínio

A Moda Urbana em SP

O Streetwear é o estilo que faz das ruas, sua passarela e que projeta sua influência nas grandes semanas de moda mundo afora. No Brasil, a moda urbana tem tido muita repercussão nos últimos anos, o que ajuda a fortalecer o mercado do segmento, colaborando também com o surgimento de novas marcas e adeptos a esse Lifestyle.
 

É muito comum ouvir que a moda é uma expressão de identidade, contudo, quando se trata de moda urbana, isso se torna muito mais aparente, pois o estilo se manifesta com mais força e muita ousadia. A maneira como as pessoas vestem a roupa urbana é a maneira que elas se comunicam com a sociedade.
 

A chamada ‘moda urbana’, surgiu por influência do hip-hop nos anos 70, na cidade de Nova York (Estados Unidos), em regiões populares, como Bronx e Queens – regiões popularmente chamadas de ‘gueto’. O estilo envolvia uma gama de cores, acessórios, estampas e tênis que se tornaram ainda mais populares nos anos 90, quando os rappers americanos começaram usar o estilo para exaltar sua autenticidade, tornando-a influente em todo o mundo da moda.

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Foto/Instagram

Esse estilo tem uma parcela considerável de participação no processo de desconstrução da indústria da moda, abrindo novos horizontes e inspirando grandes grifes e marcas de luxo. Foi com este cenário que a tendência chegou ao Brasil ganhando força em suas grandes metrópoles como São Paulo – local onde as principais confecções são realizadas.

 

Diretamente influenciados por essa tendência, vamos falar sobre uma marca autêntica, divertida e super estilosa chamada Polara, que tem o intuito de trazer peças originais com personalidades aos seus consumidores. Criada em 2016, os fundadores Denilson Monteiro e Bruno de Lucca contam como que houve todo um processo para a desenvoltura da marca.

 

 “O nosso processo começou quando ainda éramos estudantes, eu queria abrir um negócio e ele (Bruno) estava escrevendo para um blog masculino e foi assim que percebemos que tínhamos algo em comum os dois gostavam de moda e não conseguimos encontrar roupas que gostássemos no mercado. Foi quando em 2016, resolvemos abrir uma marca de roupa que tivesse a nossa cara, foi aí que surgiu a Polara. Esse desenvolvimento da marca foi realizado em 8 meses com estudos e cursos de cenografia, modelagem, pesquisa de mercado, corte e costura. Então nós aprendemos todos os processos de fabricação de uma peça, inicialmente camisetas, até desenvolver a nossa primeira coleção”, contou Denilson.

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Foto/Instagram

Nessa entrevista os meninos nos revelaram tudo sobre a marca, seus ideais, processos, seus posicionamentos, identidade, dificuldades, e o futuro que eles esperam do Streetwear nos próximos anos. Para eles a construção da identidade da marca começou com o monocromático, as cores primárias, o branco e o preto que simboliza a Capital, que no ponto de vista deles, é uma ponto atraente e marcante por ser uma cidade cosmopolita com um choque de culturas muito grande, já que a diversidade das pessoas está no DNA dos paulistanos, tornando-se uma espécie de cartão de visita.

 

Ao longo do tempo eles foram reproduzindo a estética da cidade em seu espaço, como quando colocaram grafites em parceria com a Gráfica Fidalga - Arte do lambe lambe, que tornou visual e poderosa como a Polara quer ser vista hoje. Os meninos comentaram também de onde surgiu a ideia do nome Polara e do logo da marca, que eles entendem ser a manifestação da mensagem que eles querem transmitir aos seus consumidores.

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Foto/Instagram

 “O nome Polara foi uma grande conexão entre mim (Denilson) e o Bruno depois de quatro a cinco meses enquanto nós pesquisamos e estudamos confecção do mundo da moda, nós já tínhamos o logo, mas não tínhamos um nome. Até que um dia fomos juntando palavras e realmente chegou no "Polara''. Após 5 anos o nosso nome significa P – produto, O – original, L – luxuoso, A – autêntico, R – raro e A – atemporal. Esse significado vem com a nossa história e a nossa evolução. Nós costumamos dizer que não foi a gente que escolheu o nome Polara e sim ela nos escolheu.

O nosso logo simboliza o Handmade - valorização dos processos manuais, o machado simboliza os tempos medievais que era usado como uma ferramenta de guerra, para construção de casas. E ele nos representa porque a gente faz basicamente o nosso produto do zero, faz um desenvolvimento, criação, produto até o produto final. Nós temos até uma frase em nossa loja que costumamos citar: Nossas coleções traduzem o que somos, nossas histórias e nossas experiências. E tudo isso reflete nas nossas criações porque a gente tenta transmitir as nossas vivências, os nossos gostos através das peças, então a nossa ideologia é criar produtos que fazem parte do lifestyle que a gente vive.” – disseram os meninos.

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Foto/Instagram

Além de todo o contexto "histórico" que eles trazem sobre a marca, é notável ver todo o excelente processo de criação que eles oferecem por trás de suas próprias vivências, onde é tudo pensando no que está acontecendo naquele exato momento de relaxar, aproveitar, aprender e de se inspirar, seja um quadro, uma arte, um carro e até uma comunidade. Esse processo é algo que ocorre de forma natural e diário, eles captam o momento e colocam ele no papel. Assim, eles segmentam para o estilo moda urbana, trazendo peças que não são vistas no mercado, mas tendo referências em marcas internacionais como Supreme e Palace, referências do estilo, e incrementado com seus olhares, começaram a desenvolver o seu próprio Streetwear para saciar aquele desejo antigo de querer e não poder ter.

 

O desejo nem sempre é visto como algo fácil de se concretizar, pois aqui no Brasil muitas marcas passam por dificuldades na hora mostrar seu trabalho e a Polara não é diferente, para o Denilson a parte mais complicada são as burocráticas. Ele comenta que não há um incentivo do governo, como a patente, a abertura de uma empresa, de investimentos e iniciativas para novos empreendimentos, mas ainda assim, em sua perspectiva o movimento Streetwear só está começando, ainda há muito que se aprender e evoluir com essa maneira de se vestir, pois ela é moderna e se adapta conforme o tempo e a personalidade daquela pessoa quer transmitir seu jeito pela roupa que usa.

 

Para finalizar a entrevista com a marca, perguntamos qual seria o conselho que eles dariam aos novos empreendedores que querem entrar nesse mercado agora:

 

 “Fazer roupa não é nada fácil, é bem árduo e cheio de subprocessos, mas é uma coisa muito legal e é muito importante explorar o novo. O streetwear é uma cena que ainda tem muito a ser desbravado, ou seja, tem muitas coisas que as pessoas podem fazer, tem muita coisa que pode marcar uma geração com esse crescimento. Então, além de tudo perseverança, resiliência e fazendo um trabalho bem-feito valorizando todos os processos, mão de obra e todas as pessoas que participam dessa cadeia de processo de fabricação”, falou Denilson.

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Foto/Instagram

Por fim, eles comentaram que desde o princípio a ideia era deixar um legado de reconhecimento em um âmbito nacional e até internacional da marca, levando todo o Lifestyle e a sua própria identidade a modo que fosse compartilhado pelas pessoas que consomem esse mesmo estilo.

 

Também conversamos com a jovem modelo e ex-estudante de moda Paula Roberta, que contou que enxerga a forma que se veste como o seu “cartão de visita”, e afirma que essa é a maneira que encontrou para ter ainda mais autenticidade no seu estilo, já que o próprio, reflete a sua personalidade. A modelo, inclusive, já participou de campanhas para a marca de Bruno e Denilson, e define a Polara como uma marca “agênero e com peças atemporais''. 

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Foto/Instagram

A passagem pela graduação de moda fez com que Paula olhasse com outros olhos para a moda: “No começo era tudo muito fútil, mas com as aulas compreendi de verdade a essência da moda e a respeitar todos os processos de criação e gestão”. Como mulher, enxerga o streetwear como um cenário ainda com predominância masculina, mas é otimista e acredita que isso se dá pelo fato de ainda ser um movimento emergente: “enxergo a representatividade feminina no streetwear baixa ainda, entretanto este cenário está se modificando cada vez mais! Na minha opinião o streetwear ainda é um movimento em crescimento no Brasil, por isso ainda não é tão reconhecido no mundo feminino e no masculino”, afirmou ela.

 

O streetwear, ainda que esteja se estabelecendo e ganhando força no mundo da moda, é um mercado que promete revolucionar a forma de expressão, trazendo confiança, autenticidade e empoderamento. Marcas como a Polara, são símbolos da luta de microempreendedores ao buscar espaço e reconhecimento numa indústria restrita, em que se faz sucesso pela padronização daqueles que seguem cegamente suas “ordens”.

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