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Publicado em 06/12/2021
Isabella Martinez, Kauane Rezende e Mônica Crepaldi
Conheça museus que oferecem entrada gratuita em São Paulo
Além de contribuir com o repertório social de um indivíduo, os museus têm funções imprescindíveis: nos ajudam a refletir e a preservar a memória de acontecimentos históricos. Muito mais do que um lugar de lazer, é também uma visita a quem já fomos enquanto sociedade.
Conheça, neste artigo, museus e memoriais em São Paulo e os dias da semana que o ingresso é gratuito.
Nós, repórteres do jornal Pauta Acadêmica visitamos alguns museus e memoriais localizados na capital paulista. Nos tópicos a seguir, você vai conhecer um pouco da história de cada um deles e saber de informações sobre o horário de funcionamento, ingressos e localização. Além disso, preparamos um guia prático de cuidados essenciais durante as visitas para prevenir a COVID-19 e uma lista de museus e memoriais que valem a visita!
Cuidados durante a sua visita!
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura realizado no primeiro semestre de 2021, os museus mantiveram suas portas fechadas por uma média de 155 dias em 2020, e o Brasil não ficou fora dessa média. A pesquisa tem como base dados fornecidos em março de 2021 por 87 Estados-membros.
Apesar do retorno gradual das atividades de cultura e lazer neste ano, a incerteza e o medo não deixaram de rondar o público que espera ansiosamente pela volta da vida cultural no país. No Estado de São Paulo, o retorno definitivo dos museus só ocorreu em 17 de agosto e com uma série de protocolos de higiene.
Os protocolos de segurança devem ser seguidos e respeitados pelas instituições organizadoras e pelo público visitante.
O uso de máscara, por exemplo, é obrigatório em todos os museus e memoriais do estado. Essa medida aliada com o distanciamento social previnem a disseminação e infecção da Covid-19, além disso, é recomendado usar álcool em gel frequentemente e evitar tocar superfícies comuns a todos, como corrimãos e maçanetas.
Antes de visitar exposições, acesse o site do museu ou memorial e saiba quais medidas estão sendo tomadas contra a Covid-19. Medição de temperatura, totens de álcool em gel e sinalização adequada de distanciamento entre as pessoas são medidas obrigatórias em todos os lugares públicos no estado de São Paulo desde 2020.
Lembrar e nunca esquecer
A Ditadura Militar(1964-1985) foi um dos acontecimentos mais marcantes da história brasileira.
Em abril de 1964, o golpe civil-militar derrubava João Goulart do poder com a justificativa de ‘’impedir a ameaça comunista no Brasil’’. Esse período foi marcado por repressão, tortura, mortes de estudantes, professores, políticos, artistas contrários ao regime. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade, criada pela ex-presidente Dilma Rousseff, divulgou o número total de mortos e desaparecidos durante o regime. O relatório mostra que 434 pessoas foram mortas no regime militar e dentre essas, 210 estão desaparecidas.
Entretanto, existem mais de mil ossadas na Vala dos Perus que aguardam identificação. O cemitério clandestino que os torturadores despejavam os corpos foi revelado há 31 anos em São Paulo. Contudo, mais de 400 pessoas foram mortas e/ou desaparecidas.

Muro da Vala dos Perus em memória às vítimas da Ditadura. Foto: Reprodução/EBC
Memorial da Resistência
Com o objetivo de preservar a memória da resistência de sobreviventes da Ditadura Militar, o museu foi inaugurado em 29 de janeiro de 2009 onde era sede do DEOPS, extinto em março de 1983.
No térreo, o espaço é totalmente dedicado à exposição das memórias das vítimas do Regime. Com textos explicativos da preservação da memória, da fundação e extinção do DEOPS, maquete que situa o visitante do antigo espaço prisional, depoimentos audiovisuais dos sobreviventes (com intérprete de libras), cartas preservadas de parentes dos presos e entre outros. Nos outros andares, os espaços abrigam outras exposições.
O Memorial está aberto de quarta-feira a segunda-feira, exceto às terças. O horário de funcionamento é das 10h até às 18h e está localizado na Santa Ifigênia, no Largo General Osório, 66.
O prédio foi sede do Departamento Estadual Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS) durante décadas, desde 1940 até 1983, até a extinção do órgão. Durante a Ditadura, as pessoas encarceradas eram torturadas e/ou mortas nas dependências do Instituto.

Prédio onde funcionava o DEOPS abriga Acervo Memorial das Vítimas da Ditadura. Foto: Reprodução/iPatrimônio
Informações
A entrada do Memorial é gratuita, porém é necessário fazer reserva dos ingressos. Acesse aqui e garanta sua visita ao Memorial da Resistência! Na entrada, é solicitado a apresentação do ingresso para validação.
Caso esteja com mochila ou bolsa de médio ou grande porte, é possível guardar em um dos armários do museu. O local possui recursos acessíveis aos cadeirantes, deficientes visuais e auditivos.

A reconstituição cenográfica do espaço prisional foi criada a partir do entrelaçamento das memórias narradas pelas vítimas do regime. As portas, grades, coluna e estruturas metálicas são da época que funcionava o Deops/SP. O piso de madeira, colchonetes, varal e elementos do banheiro são partes do cenário criado para a reprodução do ambiente da prisão. Foto: Reprodução/Isabella Martinez

Parede de uma das celas. Foto: Reprodução/Isabella Martinez

Cartas preservadas dos parentes aos presos políticos. Foto: Reprodução/Isabella Martinez

A reconstituição cenográfica do espaço prisional foi criada a partir do entrelaçamento das memórias narradas pelas vítimas do regime. As portas, grades, coluna e estruturas metálicas são da época que funcionava o Deops/SP. O piso de madeira, colchonetes, varal e elementos do banheiro são partes do cenário criado para a reprodução do ambiente da prisão. Foto: Reprodução/Isabella Martinez
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Em alguns metros, é possível fazer visita à Pinacoteca do Estado de São Paulo, localizada na Praça da Luz, 2. É necessário reservar antecipadamente os ingressos no site da Pinacoteca, reserve o seu aqui!

Fachada da Pinacoteca do Estado.
Foto: Reprodução/Nelson Kon
Sobre a Pinacoteca
A Pinacoteca do Estado de São Paulo foi projetada pelo engenheiro Ramos de Azevedo(1851-1928) entre 1896 e 1900 e passou por diversas reformas, a última foi feita em 1990 na gestão de Emanoel Araújo.
A Pinacoteca foi inaugurada em 1905, é o museu mais antigo de artes plásticas do Estado. Recebe obras de artistas nacionais e internacionais, mas, algumas exposições são temporárias.
Em 31 de outubro, foi inaugurada uma nova apresentação no acervo de arte brasileira. São 19 salas divididas entre o primeiro e o segundo andar do Edifício com mais de mil obras de mais de 400 artistas.
Exposições em cartaz
Neste tópico, saiba quais são as exposições estão em cartaz na Pinacoteca nos tópicos a seguir!
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Uma obra: escultura de Rodolfo Bernadelli, criada em 1880, passou a fazer parte do acervo da Pinacoteca em 1998. Está localizada no 2° andar da Pina Luz até 16/05/2022.
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Ídilio tropical e moderno, de John Graz: a exposição possui aproximadamente 155 itens e revisita a trajetória de um dos artistas mais importantes do modernismo no Brasil, com ênfase na sua atuação de artista visual e a dedicação dos trabalhos às temáticas indígenas, a fauna, flora e a cultura popular brasileira.
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Pequena ecologia da imagem, de Rosângela Rennó: a exposição reúne obras de 1987 e 2021. A mostra é composta de fotografias, coleções, objetos, instalações e obras audiovisuais estão distribuídas em três salas no 4° andar da Pinacoteca Estação(prédio do Memorial da Resistência). A exposição estará disponível até 07/04/2022.
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A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901 – 2021
Museu da Imigração
A História
O Museu da Imigração está localizado no edifício onde foi construída a Hospedaria de Imigrantes do Brás. As Hospedarias foram criadas durante o final do século XIX, e tinham relação direta com o fluxo de imigrantes para São Paulo. Nesses lugares, os viajantes eram recebidos, alojados, passavam por triagens e, em seguida, eram encaminhados principalmente para as lavouras cafeeiras.

Entrada do atual Museu da Imigração, localizado no bairro da Mooca. Foto: Reprodução/Monica Crepaldi
A Hospedaria do Brás começou a funcionar em 1887, um ano antes da inauguração oficial devido a uma epidemia na Hospedaria do Bom Retiro. Desde a sua abertura até 1978, quando encerrou as suas atividades, mais de 2,5 milhões de estrangeiros e nacionais passaram pelos corredores, dormitórios, refeitórios, hospital e diversas outras dependências da Hospedaria de Imigrantes do Brás.
No ano de 1993, foi criado o Museu da Imigração do Estado de São Paulo, que até hoje ocupa uma parcela das instalações da então inexistente Hospedaria. No mesmo edifício, também funciona o Arsenal da Esperança, uma entidade beneficente que abriga imigrantes, refugiados políticos e pessoas do sexo masculino que estão sem moradia.
Com o objetivo de preservar as histórias de imigração no Estado, o Museu cataloga memórias, aflora a discussão sobre os fluxos de imigração, mostra a riqueza e diversidade que existe na cidade e mantém viva a memória de milhões de pessoas que partiram dos seus países de origem em busca de um sonho.

Corredores externos do Museu.
Foto: Reprodução/Monica Crepaldi
O Museu
Ao passar a entrada do Museu, a primeira coisa que chama atenção é o jardim e a arquitetura do prédio principal: os arcos do edifício dividem a paisagem com árvores e bancos que convidam o visitante para um momento de descanso em meio à cidade caótica que é São Paulo.

Do lado de fora do prédio, um jardim com árvores e bancos convida os visitantes a aproveitarem um momento em meio ao silêncio e natureza.
Foto: Reprodução/Monica Crepaldi
Dentro do prédio, a primeira sala para onde o visitante é encaminhado é a que mostra uma maquete do edifício. Nela, as instalações identificadas são as da época em que a Hospedaria de Imigrantes do Brás ainda estava ativa, e é possível visualizar onde cada departamento estava localizado, e principalmente a importância da estação de trem para o funcionamento da Hospedaria.
Através de escadas e corredores, o Museu conduz seus visitantes para exposições de curta e longa duração e faz um tour completo desde as viagens migratórias, passando pelas hospedagens e finalizando com peças do cotidiano vivido então.
As Exposições
As exposições do Museu da Imigração são divididas em 4 categorias: longa duração, temporárias, itinerantes e virtuais.
A exposição de longa duração “Migrar: experiências, memórias e identidades” tem oito módulos. Entre eles, destacam-se dois: Diásporas, Hospedaria do Brás, Cotidiano e Imigração Hoje.
Em Diásporas, o fluxo imigratório dos séculos 19 e 20 é explicado tanto do ponto de vista geográfico quanto do político.
Em Hospedaria do Brás, um acervo único de peças datadas da época em que a Hospedaria ainda estava ativa convida os visitantes a entenderem o passado através de fotografias, ferramentas, acessórios pessoais e equipamentos médicos.
Em Cotidiano, o maior módulo entre os oito da exposição Migrar, o retorno pelos objetos intensifica-se ainda mais. São cartas, beliches usados pelos imigrantes, cadeiras odontológicas, depoimentos e mais arquivos fotográficos que fazem com que os visitantes criem, aos poucos, uma imagem clara e rica em detalhes de como era a rotina na Hospedaria do Brás.
Imigração Hoje vem com o objetivo de mostrar que essa é uma tendência geográfica que não pertence apenas ao passado. Este módulo aquece a discussão sobre grupos que diariamente atravessam fronteiras e migram de um país para outro.
Já a exposição temporária que se apresenta atualmente no Museu da Imigração é a “Rostos Invisíveis da Imigração no Brasil”, um trabalho selecionado pelo Programa de Residência Artística 2021. Nela, o artista Paulo Chavonga deu vida a grandes telas com pinturas de imigrantes que vieram para o Brasil. Eles também foram entrevistados, e é possível entender, através dessas entrevistas, os motivos e os sonhos por trás da partida de cada um deles. As obras ficarão em cartaz no Museu da Imigração até dezembro de 2021.
Informações principais
O Museu da Imigração fica localizado na Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, próximo à estação Bresser-Mooca do metrô, no bairro da Mooca. Ele funciona de terça a sábado, das 9h às 18h. E aos domingos, das 10h às 18h. Aos sábados, a entrada é gratuita, e os ingressos precisam ser adquiridos antecipadamente pelo site Ticket360.
Museu da Língua Portuguesa
O Museu da Língua Portuguesa localizado na Estação da Luz, foi criado com o objetivo de valorizar a diversidade da língua, enaltece-la como elemento principal e fundador da cultura e aproximá-la dos falantes do idioma no mundo todo.
A abertura do museu foi em 2006 e a escolha de construir o prédio na Estação da Luz foi por ser um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam aqui no Brasil, assim como até hoje é um local de encontro de diferentes culturas e classes sociais.
As exposições contam com instalações interativas como o “Beco das Palavras, Praça da Língua, Línguas do Mundo, Laços de Família, Rua da Língua, Palavras Cruzadas, O Português do Brasil, Nós da Língua, Línguas do Cotidiano, Falares” e a exposição temporária “Sonhei em Português”.
O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h) e a entrada é permitida somente com a apresentação do ingresso.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Grátis aos sábados* Crianças até 7 anos não pagam
Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil localizado no Parque do Ibirapuera, é composto por um acervo com mais de 6 mil obras, com pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e atualmente.
Foi inaugurado em 2004, com o objetivo principal de ser uma instituição exclusivamente voltada para o estudo das contribuições africanas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. As obras abordam diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, trazem temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros.
As exposições de longa duração no museu são “Artistas contemporâneos afro-brasileiros, Arte e religiosidade afro-brasileira, A mão afro-brasileira nas Artes Visuais, Festas. O Sagrado e o Profano”. Já as exposições temporárias são “Portugal Portugueses - Arte Contemporânea, Africa Africans e Arte, adorno, design e tecnologia no tempo da escravidão”.
O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 10h às 17h (permanência até 18h), a entrada é permitida mediante apresentação do ingresso.
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada)
Grátis às quartas-feiras* Crianças até 7 anos não pagam

Sala onde encontra-se a maquete do edifício. Nela, as instalações são representadas tal qual eram durante os anos em que a Hospedaria ainda estava ativa. Foto: Reprodução/Monica Crepaldi


Foto: Reprodução/Monica Crepaldi


Foto: Reprodução/Monica Crepaldi



Foto: Reprodução/Monica Crepaldi

Foto: Reprodução/Monica Crepaldi

Tela do artista Paulo Chavonga, participante da segunda edição do Programa de Residência Artística. O trabalho é uma exposição temporária no Museu da Imigração.
Foto: Reprodução/Monica Crepaldi

Foto: Reprodução/Instagram
